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COMO TUDO COMEÇOU

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O automobilismo no século passado era uma das atrações mais aclamadas em Petrópolis. A primeira participação da cidade em corridas foi em 1908, com a prova do Circuito Petrópolis, realizado nas ruas do Centro Histórico. Até os dias atuais, esportes envolvendo carros fazem sucesso em Petrópolis.

No dia 6 de março de 1908 o piloto Gastão de Almeida, a bordo de um Dietrich, saiu da Av. Central (atual Av. Rio Branco) no Centro do Rio e seguiu à Petrópolis. A corrida durou três dias, sendo encerrada às 13h do dia 9. Na época as provas eram de resistência, devido à tecnologia automobilística ser muito recente, principalmente no país.

Dois anos depois, Gastão, acompanhado de Artur Bilbau e Sully de Souza, fez pela primeira vez o percurso Petrópolis - Juiz de Fora, pela Estrada União e Indústria, completado em oito horas. No ano seguinte, Luiz Tavares Guerra, Luiz Prates e Honorato Pereira partiram da cidade rumo à Teresópolis, em um difícil percurso completado em longas 39 horas.

Com a evolução do ramo automobilístico, que resultou em maior durabilidade dos veículos e popularização dos carros, veio o fim das provas de resistência. Em seu lugar, circuitos de rua foram criados, principalmente no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1932, ocorreu a primeira “Subida da Montanha”, disputada na Serra de Petrópolis e realizada pelo Automóvel Club do Brasil com apoio da Prefeitura. A prova foi realizada em outros seis anos, não sequencialmente, até 1946. No início de julho de 1936, acontecia a primeira corrida no centro histórico da cidade.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a prática do esporte foi drasticamente reduzida, devido à grande dificuldade de importação de veículos, peças e o racionamento de combustível. Em 1948, teve início uma nova fase do automobilismo petropolitano: O I Circuito Cidade de Petrópolis aconteceu no dia 4 de julho.

 

O Circuito de Petrópolis foi sucesso durante seus 20 anos. Em 1968, trinta carros estavam na pista e aproximadamente 50 mil pessoas assistiam à corrida. O trajeto oficial do circuito tinha largada na Rua do Imperador, à época Av. XV de Novembro, seguia à Praça dos Expedicionários em direção à Rua da Imperatriz, antiga 7 de Setembro. Passava pela Avenida Tiradentes, Praça Princesa Isabel e Avenida Ipiranga. Seguia pela Rua Alberto Torres, Rua Mal. Floriano Peixoto e voltava à Av. XV de Novembro, onde ficavam instalados os boxes, palanque oficial e serviços de base. No total, 3.200 metros eram percorridos.

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Irineu Corrêa

Irineu Meyer Corrêa (24/01/1900 a 02/06/1935) foi o 1º automobilista brasileiro que se tem notícia a ganhar uma prova no exterior, nos Estados Unidos, em 1920. Era conhecido como "O Leão de Petrópolis". Considerado o primeiro ás do automobilismo brasileiro, foi contemporâneo dos pilotos Manuel de Teffé e Chico Landi. Nessa época o automobilismo era quase que restrito aos Raids (Rallyes) de resistência, corridos entre cidades.

Em maio de 1927 Irineu participou do “Circuito de Outono” em Porto Alegre (RS) e venceu a prova. Sua participação deu caráter nacional à prova. Pilotando um Studebaker, após percorrer 146 Km no tempo de 1h53m5s na velocidade média de 96,41Km/h, foi muito festejado pelo publico e prestigiado pela imprensa.

No ano de 1929 venceu a primeira prova de subida de montanha na recém inaugurada estrada Rio-Petrópolis, toda pavimentada em concreto. Depois seguiu para a Argentina onde o automobilismo estava num estágio mais avançado e participou, dentre outros, do “Grande Prêmio Nacional Argentino”, chegando em 2º lugar em 1929 e em 3º lugar em 1930.

Participou e venceu o “Grande Raid Buenos Aires-Rosário-Córdoba” em 1930, que teve a participação de alguns pilotos europeus, o que lhe rendeu muita popularidade no país vizinho.

Em 1932, participou do “Prêmio Automóvel Club do Brasil”, uma prova de "subida de montanha" na estrada Rio - Petropólis. Esta prova foi vencida por Hans Stuck num carro Mercedes-Benz SSKL. Ainda em 32 colaborou com o Automóvel Clube do Brasil na escolha do percurso para a primeira edição do “Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro”, o famoso Circuito da Gávea.

Irineu Corrêa era um inovador na área mecânica. O problema era não deixar morrer o carro nas paradas de reabastecimento. Para tanto, fez uma adaptação: levava um litro de óleo que ia injetando no cárter durante a corrida por intermédio de um dispositivo desenvolvido por ele. Um recurso perigoso, mas tão bem sucedido que foi copiado por todos os outros corredores.

O auge de sua carreira foi a vitória no Circuito da Gávea conhecido na época como "Trampolim do Diabo", em sua segunda edição em 1934. Reconhecido a época como o maior feito de um atleta petropolitano em todos os tempos. Em 1935, no mesmo circuito, a bordo de um Ford V8, Irineu chocou-se com uma árvore e caiu no canal da Avenida Visconde de Albuquerque em um acidente fatal.

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